Arquivo do mês: maio 2012

mare nostrum

a última lhe escorre pelo peito

insubstância fugidia que persiste em consonância

e, sublime, leva junto de si o inescapável suspiro.

 

vazio.

salto no escuro com a incerteza a testemunhar

vamos, vumbora

que mais há por ver?

 

acordo trôpego, âmago em largo descompasso

miro o que não tem nome em recônditos insuspeitos

sem rosto, essência

minha busca é por nós em detalhes despercebidos

 

as palavras emudecem e dão o tom da solidão

nesta noite de chuva para a qual não há abrigo – sou eu a transbordar

fluindo em curvas, quedas e corredeiras

tua perna foz, braço de rio

meus olhos, mare nostrum de sonhos em naufrágio